Review: LG G Flex, o smartphone de tela curva




Faz pouco mais de um mês que o LG G Flex chegou às lojas brasileiras. Com tela OLED de 6 polegadas, design que lembra o irmão LG G2, poder de processamento de sobra para rodar o Android e preço sugerido de 2.699 reais, ele seria só mais um aparelho grande e caro no mercado se não fosse por um detalhe: trata-se do primeiro smartphone com tela curva a ser vendido no Brasil.
Mas para que serve um smartphone com tela curva? Há alguma vantagem no formato diferenciado do G Flex? Compensa pagar a mais em relação aos outros smartphones topo de linha, que possuem as tão comuns telas planas? É o que você verá neste review. Usei o G Flex como smartphone principal por duas semanas e nos próximos parágrafos você confere minhas impressões.

Design e pegada

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Não tem como não perceber. Se você estiver com um G Flex na mão, certamente será notado pelas pessoas. Algumas, menos tímidas, perguntarão: “nossa, que celular é esse?”. Não só pelo formato curvo, diferente de qualquer outro smartphone vendido atualmente no mercado, mas também pelo tamanho gigante: com 6 polegadas, ele é mais um daqueles dispositivos que borram a linha que divide os smartphones dos tablets.
Com 81,6 mm de largura, 8,7 mm de espessura, 176 gramas e bordas finíssimas, o tamanho do G Flex fica entre o Galaxy Note 3 e o Lumia 1520. Definitivamente não é um aparelho pensado para mãos pequenas: o G Flex é focado em consumo de conteúdo, principalmente vídeos, e foi feito para ser usado com as duas mãos — você até pode tentar manuseá-lo com apenas uma mão, mas isso resultará em constantes exercícios de alongamento do polegar.
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A curva no eixo vertical dá a impressão de que o aparelho fica desconfortável no bolso ou foi feito para se adaptar às nossas nádegas (!), mas achei o G Flex bem melhor de carregar no bolso da frente da calça do que os planos Galaxy Note 3 e Lumia 1520 — o G Flex será sentido a todo momento, mas ele fica levemente inclinado e convive bem com o formato da nossa coxa.
A parte frontal e as laterais do G Flex são bem parecidas com as do LG G2, sem nenhum botão físico. Todos os botões estão localizados na parte traseira, o que é bom tanto para canhotos quanto para destros, mas frequentemente gera marcas de dedo na lente da câmera. Felizmente, não é necessário usar tanto esses botões, porque a LG desenvolveu recursos de software que diminuem a dependência deles: basta tocar duas vezes na tela apagada para ligar o aparelho e duas vezes na barra superior para desligar a tela.
Esses botões quase não são usados
Esses botões quase não são usados
A traseira é lisa e brilhante, o que particularmente não me agrada muito, e possui uma cobertura especial capaz de se “regenerar”, eliminando por conta própria os pequenos riscos do dia a dia, bastante sentidos no Xperia Z1. Eu não arranhei o G Flex para testar na prática a eficiência dessa camada, mas saiba que ela é capaz de remover apenas riscos superficiais, não arranhões de facas. Quanto maior a temperatura ambiente, menor o tempo necessário para se recuperar, que fica na casa dos minutos.
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Ter uma camada protetora na traseira é legal porque aumenta a durabilidade do aparelho e o deixa com cara de novo por mais tempo; é uma pena que ela não seja tão transparente para ser aplicada também na tela. Outro fator que colabora com a durabilidade do G Flex é que, como o nome indica, ele é flexível, então o risco de quebrá-lo ao sentar em cima ou colocá-lo em um bolso apertado acaba sendo menor (e sempre é bom lembrar: “flexível” não é “dobrável”).

Tela

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Só uma olhada rápida na ficha de especificações técnicas do G Flex é capaz de decepcionar usuários com sede de números grandes: apesar do tamanho de 6 polegadas, a tela possui resolução de 1280×720 pixels, uma definição de apenas 245 pixels por polegada, abaixo do que costumamos ver nos smartphones da mesma faixa de preço. No entanto, analisar uma tela só por números é um erro — e ainda oculta outros problemas, bem mais graves.
A resolução da tela do G Flex é o menor dos problemas. Sim, dá para notar que a definição é inferior a dos outros smartphones caros, mas a falta desses pixels adicionais é quase imperceptível no dia a dia. O maior defeito está no painel POLED, feito de plástico (por isso o “P”). Apesar de possuir bons ângulos de visão e pretos profundos, ele exibe muitos ruídos.
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Fundos de cor sólida ganham uma estranha textura na tela do G Flex, que chega a incomodar: todas as imagens são exibidas de forma granulada, e o defeito fica ainda mais perceptível quando o brilho não está no máximo e as imagens possuem tons contínuos de azul e cinza. Este era um problema que afetava as primeiras telas OLED dos smartphones, como a do Galaxy Nexus, mas que é inadmissível em pleno ano de 2014.
Outro problema grave que afetava as primeiras telas OLED, mas que também está presente no G Flex, é a retenção de imagem. Frequentemente, notei que os botões do teclado virtual ficavam visíveis mesmo após ele ser ocultado. Botões de aplicativos que ficam parados por muito tempo no mesmo lugar também marcavam a tela temporariamente. Os “fantasmas” na tela ficam bastante visíveis nos primeiros segundos e depois começam a sumir lentamente.
Eu sempre elogiei as telas IPS LCD da LG: do Optimus 4X HD, passando pelo Optimus G e G2 e chegando ao G Pad 8.3, todas possuem possuem brilho altíssimo, cores fidedignas e ótimo contraste. Mas ficou a impressão de que a LG não tem a mesma expertise com os painéis OLED ou a tecnologia ainda não está pronta para encarar o formato curvo. O fato é que, depois de todos esses anos, a tela do G Flex é de longe a pior que já vi em um topo de linha da LG.

Software e multimídia

Como estamos falando de um Android da LG, podemos esperar muitas modificações na interface. O esquema de cores é diferente, os ícones são diferentes, os recursos são diferentes, os aplicativos básicos são diferentes. Até as fontes do sistema mudaram. E também podemos esperar uma versão do Android não muito recente: o G Flex vem de fábrica com o Android 4.2.2 e oficialmente ainda não recebeu KitKat no Brasil.
Qual o preço? Mistério.
Qual o preço? Mistério.
Algumas modificações melhoram a experiência de uso, enquanto outras parecem estar ali apenas por questão de perfumaria ou foram mal desenvolvidas. A interface da LG suporta temas e por padrão possui ícones quadrados com um fundo preto de gosto duvidoso. Quando você recebe um SMS, a mensagem é exibida em um pequeno balão no canto superior esquerdo da tela e permite que você a responda dali mesmo. Parece prático, mas esse balão corta o final de mensagens um pouco maiores, logo, em várias ocasiões ele se mostra inútil.
Metade da central de notificações é tomada pelos botões de acesso rápido, pelo controle de brilho e pelo ajuste de volume, o que pode incomodar algumas pessoas, já que isso acaba deixando pouco espaço para o que interessa em uma central de notificações (as notificações). Outros usuários, no entanto, podem achar esses controles bem úteis — de qualquer forma, o ideal seria permitir que eles fossem exibidos ou ocultados de acordo com o gosto de cada um.
Os mesmos aplicativos encontrados em outros aparelhos da LG estão aqui. Há um gerenciador de arquivos nativo, que é bem eficiente e se integra ao Dropbox; o QuickRemote, para controlar uma TV de qualquer marca usando o emissor de infravermelho; os utilitários Notas, Tarefas e Gravador de voz; e o LG Backup, que faz backup de configurações, mensagens, aplicativos e outros dados manualmente ou de forma automática, por agendamento.


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Sobre Unknown

Meu nome é Luan Deschamps, Sou Analista e Desenvolvendor Web há mais de 7 anos e apaixonado pela profissão que escolhi. Enfim, espero oferece um Serviço com muita Seriedade.
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